Corpo de Bombeiros
Incêndio destrói há 15 dias área de vereda do Norte de Minas
Fogo atinge tanto a vegetação quanto o material orgânico do solo, no chamado incêndio subterrâneo, que é mais difícil de se extinguir
Há 15 dias, dezenas de militares do Corpo de Bombeiros, brigadistas e voluntários lutam contra o tempo para controlar um incêndio que consome uma enorme área de vereda na região conhecida como Peruaçu, no Norte de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as chamas são combatidas desde o dia 18 de julho, entrando no 15º dia de trabalho nesta quinta-feira (1º de agosto). Com informações de O Tempo.
A região de vereda atingida abrange áreas de proteção estadual e nacional, sendo a APA Cavernas do Peruaçu, que é federal, e o Parque Estadual Veredas do Peruaçu. “A área atingida ainda não foi calculada”, detalhou o ICMBio, que administra o parque nacional.
A dificuldade para se controlar as chamas se deve ao fato de se tratar de uma área com solo úmido e muito material orgânico acumulado – que é conhecido como turfa -, além de buritis de 10 a 15 metros de altura. Por conta disso, as chamas atingem tanto a superfície como o subterrâneo, o que aumenta a complexidade do combate.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, para controlar o fogo subterrâneo, estão sendo feitos “aceiros”, espécie de barreira artificial cavadas no solo para tentar evitar a propagação das chamas. Além disso, a turfa está sendo constantemente encharcada para evitar o fogo no solo.
“Ao longo do aceiro, foram abertos vários buracos para manter o terreno sempre úmido”, completou a corporação.
Estratégias mudam diariamente
Nesta quinta, após reunião que debateu o combate do dia anterior, foram definidas as estratégias para o novo dia do incansável trabalho dos bombeiros, brigadistas e voluntários.
Entre as estratégias usadas está o chamado fogo-contra-fogo, que será aplicado em pequenas áreas isoladas com o objetivo de levar o incêndio até o aceiro com menor intensidade, onde ele poderá ser combatido com eficácia. Também foi necessário realizar o corte de árvores secas antes do aceiro, para evitar que fagulhas caíssem na área não queimada.
Por fim, um sobrevoo foi feito para monitorar as áreas com maior incidência de fogo e guiar os combatentes para os pontos críticos.
Procurado por O TEMPO, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) informou por nota que os trabalhos continuam, mas que ainda não foi possível estimar a área já consumida pelo fogo nestes 15 dias.
“Tal levantamento só é realizado após fim do incêndio, para que sejam avaliados os impactos na vegetação”, detalhou. Ainda segundo o órgão estadual, atuam no Peruaçu 18 bombeiros, 11 brigadistas, seis funcionários das unidades de conservação da região, além de motoristas, mecânicos e voluntários.
São empregados no combate sete viaturas dos bombeiros, sete veículos 4×4 de diversos órgãos diferentes, uma motocicleta e um caminhão pipa.