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Divinópolis

Vendas do polo do vestuário de Divinópolis têm queda de até 30%

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Polo em Divinópolis conta com cerca de 500 indústrias, que geram aproximadamente 15 mil empregos FOTO: reprodução / adobestock

Negócios das empresas da região recuaram até 30% nos primeiros meses deste ano

A combinação de juros elevados e concorrência com produtos chineses vem dificultando os negócios da indústria do vestuário do polo de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Mauro Célio de Melo Júnior. “Os primeiros meses do ano, infelizmente, foram muito ruins para o polo, houve uma baixa de 20% a 30% nas vendas para a maioria das empresas”, diz. Com informações de Juliana Gontijo/Diário do Comércio.

De acordo com ele, nem mesmo as datas comemorativas do primeiro semestre, como Dia das Mães e Dia dos Namorados, foram capazes de mudar o cenário do setor e registraram recuo médio de 30% frente ao resultado de igual período de 2023.

“O inverno também não ajudou”, acrescenta. As roupas de inverno respondem por 65% do faturamento do polo de Divinópolis. A falta de temperaturas mais baixas também impactou no desempenho da atividade no ano passado.

Polo de Divinópolis disputa mercado com chineses

Para o dirigente, a taxação de 20% para as compras de até US$ 50 em sites estrangeiros, como as plataformas asiáticas Shein, Shopee e AliExpress, ajuda, mas não resolve o problema da concorrência com os chineses. “Vai dar um pouco de suspiro para as empresas brasileiras, mas não é o ideal, a taxação deveria ser de, no mínimo, de 40%”, diz. Foi no dia 28 de maio que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que propõe taxação de 20%.

Hoje, as compras de até US$ 50 são isentas da cobrança do Imposto de Importação. Os estados cobram alíquota de 17% nas compras, e estudam subir a taxação para 25%. Estudos da indústria nacional apontam que a taxação teria que ser entre 35% e 60% para garantir condições de igualdade das empresas brasileiras com os estrangeiros.

Melo Júnior afirma que a concorrência com os chineses é desigual, já que os custos de produção entre o país asiático e o Brasil não são equivalentes. “Não tem como competir com eles”, observa.

Juros elevados – Além da disputa de mercado com os produtos provenientes da China, o dirigente reclama da elevada taxa de juros em vigor no País, que desestimula os investimentos. Neste mês, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 10,5% ao ano.

A manutenção da Selic foi criticada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que considera essencial uma taxa de juros mais baixa para promover o desenvolvimento econômico sustentável.

Expectativa – Diante do cenário atual, Melo Júnior não espera que os negócios possam se recuperar no segundo semestre deste ano e conta que já estão acontecendo demissões no polo, que conta com cerca de 500 indústrias. Hoje, são cerca de 15 mil empregos diretos e outros 20 mil indiretos. “Já tivemos mais de 40 mil empregados no setor. Hoje, o emprego na atividade vem caindo ano a ano”, conta.

A perspectiva para 2024 é de resultado inferior ao computado no exercício anterior. “Com certeza, em 2024, vamos ficar abaixo de 2023, eu acredito que de 10% a 15% a menos”, estima.

Se a projeção do presidente do Sinvesd, se confirmar, será mais um ano de resultado negativo do polo, já que no fim de 2023, em entrevista ao Diário do Comércio, ele estimou recuo de 20% a 30% naquele ano na comparação com 2022.

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