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Homicídio

Corpos de irmãos mortos por PM em Esmeraldas (MG) são velados em clima de revolta nesta terça (12)

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Rafael Francisco Vieira e Branio José Vieira foram mortos por um policial militar - Créditos: Reprodução redes sociais

Irmãos foram assassinados durante uma cavalgada, na Comunidade de São José; PM disse que agiu em ‘legítima defesa’

Os corpos dos irmãos Rafael Francisco Vieira da Silva, de 27 anos, e Branio José Vieira da Silva, de 29, mortos por um policial militar, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, vão ser velados, na manhã desta terça-feira (12). A despedida ocorreu das 7h às 11h, no salão São Vicente, na Praça de São José. Com informações de Itatiaia.

Os assassinatos ocorreram durante cavalgada, na Comunidade de São José, em Esmeraldas, após uma briga durante a festa que celebra o padroeiro da cidade. De acordo com a Polícia Militar (PM), os militares tentavam separar a confusão quando uma das vítimas agrediu um militar com um canivete. Ele foi atingido no pescoço. Para se defender, na versão da corporação, o colega atirou nos dois homens.

Eles foram socorridos pela polícia para o Hospital Municipal 25 de Maio, mas não resistiram.

De acordo com o relato do tio das vítimas à Itatiaia, os irmãos eram trabalhadores, pais de dois filhos pequenos e bastante queridos na região.

Uma testemunha disse à reportagem que o soldado responsável pelos disparos que acertou no peito Rafael, quando a vítima já estava rendida por outro militar, no chão. Ainda conforme a mesma, Branio foi morto pelas costas.

A comunidade local também ficou revoltada com o ocorrido. “O ato, marcado pela violência extrema e pelo completo desrespeito à vida humana, deixou a comunidade em luto e indignação”, escreveram nas redes sociais. “Neste momento de dor e revolta, expressamos nossa solidariedade as famílias enlutadas e exigimos justiça para que casos como esse não se repitam”, acrescentou.

Protesto termina com baleados

O protesto contra a ação policial teve confusão, um ônibus incendiado, uma pessoa presa e outra baleada. A manifestação foi realizada na LMG-060, que liga Esmeraldas a capital mineira.

Os manifestantes atearam fogo a um ônibus metropolitano. A PM foi acionada e, ao chegar no local, foi confrontada pelos populares, que teriam ameaçado os militares. Segundo a PM, os agentes reagiram e fizeram disparos que atingiram, pelo menos, uma pessoa. Outra pessoa foi detida pelos militares. Veja o vídeo:

‘Legítma defesa’

Em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (11), o Coronel Flávio Santiago disse que a PM agiu em “legítima defesa”. Ele explicou a operação e disse que a Polícia Militar foi acionada após uma briga envolvendo uma denúncia de estupro.

O pai de uma suposta vítima estaria partindo para cima de um suspeito pelo crime. Durante a intervenção da PM, um dos irmãos teria desferido um golpe de canivete no pescoço do policial, durante uma briga com um terceiro envolvido na situação.

Segundo a PM, o golpe só não foi fatal porque a lâmina estava com a “mola cega”. Em resposta, o soldado da guarnição efetuou um disparo contra o irmão.

Ao ver a cena, o outro irmão reagiu, tentou roubar a arma do sargento e também foi baleado. Confira a nota completa:

“Houve a necessidade de uso de técnicas de imobilização e de força, momento no qual outros transeuntes ali presentes investiram com violência contra os militares, levando-os ao solo, tentando retirar a arma da cintura de um dos militares”, disse. Confira a nota completa:

A Polícia Militar de Mina Gerais (PMMG), por meio da 2ª Região de Polícia Militar (2ª RPM), informa que durante policiamento em evento de cavalgada no povoado de São José, cidade de Esmeraldas, na noite desse domingo (10), precisou intervir em um princípio de tumulto envolvendo participantes do evento, sendo um dos militares atingido com um golpe de faca na região do pescoço por um indivíduo.

Diante a agressão, houve a necessidade de uso de técnicas de imobilização e de força, momento no qual outros transeuntes ali presentes investiram com violência contra os militares, levando-os ao solo, tentando retirar a arma da cintura de um dos militares.

Em virtude das agressões e dos riscos decorrentes da possível subtração da arma de fogo e para resguardar a vida dos policiais militares e demais cidadãos ali presentes, para repelir a injusta agressão foi necessário o uso de força progressiva. Dois autores foram alvejados e, imediatamente, socorridos ao hospital de Esmeraldas, onde foram a óbito.

A PMMG informa, ainda, que todas as medidas de Polícia Judiciária Militar foram adotadas e que a instituição acompanha o caso.”

*com informações de Célio Ribeiro e Renato Rios Neto

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