Em resposta à aprovação da reforma tributária e após 12 anos, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou ontem a nota de crédito soberano do Brasil de “BB-” para “BB” com perspectiva estável. O país segue no grau especulativo, mas a dois degraus do de investimento, que indica baixo risco de calote. Para a S&P, a medida aprovada na última sexta-feira “se soma a um histórico reformista desde 2016”. A agência espera uma correção fiscal gradual, antecipando que os déficits fiscais vão permanecer. “Esperamos que as instituições brasileiras continuem a abordar lentamente as ineficiências econômicas que retardam o crescimento do país, assim como a rígida estrutura orçamentária, que contribui para grandes déficits fiscais e uma elevada carga de dívida”, diz. A classificadora afirma que pode rebaixar a nota brasileira se houver uma deterioração fiscal adicional e um aumento da dívida pública acima do esperado, mas destaca que pode elevá-la se as reformas melhorarem a trajetória de crescimento de longo prazo. Em junho, a S&P já tinha indicado perspectiva positiva para a nota do país. (Valor Investe)
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão já era esperada e reflete a harmonia entre os Poderes. “Era a última agência a rever a nota do Brasil, a Moody’s e a Fitch já tinham feito isso no meio do ano. Parece que a S&P estava aguardando o desfecho das reformas pelo Congresso. Essa harmonia entre os Poderes, para colocar ordem nas contas, garantir orçamento e programas sociais, as agências percebem que há coordenação em torno de objetivo maior.” Haddad, no entanto, disse não se conformar com o fato de o Brasil não ter grau de investimento, já que não possui dívida líquida em moeda externa e tem mais de US$ 300 bilhões em reservas. (Globo)
Alberto Ramos: “Na nossa avaliação, fora a política monetária, a atual combinação de políticas macro e micro e as perspectivas de reformas ainda estão distante para alcançar o desejado grau de investimento”. (InfoMoney)
Diante de números favoráveis e de uma demonstração importante de força de sua militância na convenção mais recente, o PT se vê diante de um enigma: por que a melhoria de vida não turbina a aprovação de Lula? Pedro Doria e Luciana Lima contam, no Meio Político de hoje, como o partido está planejando reverter essa percepção e o que a legenda ainda não entendeu sobre o que mudou e o que mobiliza o eleitorado no momento atual. O Meio Político é exclusivo para assinantes premium e chega a partir das 11h. Assine!
O Congresso Nacional aprovou ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Para reduzir o poder do Executivo e aumentar o do Legislativo, a LDO estabeleceu que o governo tem até 30 de junho para empenhar R$ 25 bilhões em emendas individuais e R$ 12,5 bilhões em emendas de bancada, cujos pagamentos são obrigatórios. Além disso, elevou as emendas de comissão de R$ 6,9 bilhões, em 2022, para quase R$ 11 bilhões. Em ano de eleições municipais, esses valores devem ser usados para impulsionar candidaturas de aliados. O relator da proposta, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), disse no plenário que o “fortalecimento da autonomia” do Congresso é um “trabalho permanente”. “Não será com cargos e liberação de emendas que o parlamentar demonstrará sua lealdade”, afirmou. O texto também estabeleceu que o Fundo Eleitoral terá até R$ 4,9 bilhões, mesmo valor de 2022 e superior aos R$ 900 milhões propostos pelo governo. Já a meta fiscal de déficit zero foi mantida, como queria o Ministério da Fazenda. Também a pedido do governo, Forte incluiu o bloqueio de R$ 23 bilhões nas despesas de 2024. E acatou a sugestão de tirar R$ 5 bilhões de investimentos das estatais no PAC dos cálculos da meta fiscal das empresas públicas. (UOL)
Adriana Fernandes: “A votação da LDO, faltando apenas três dias para o início do recesso parlamentar, mostrou como os parlamentares continuam dando a volta por cima e garantindo mais espaço naquilo que eles chamam e batem no peito de ‘empoderamento‘ do Legislativo frente ao Executivo”. (Estadão)
O indulto de Natal do presidente Lula, que será publicado nos próximos dias, deve excluir da lista de beneficiados os condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, como os atos golpistas de 8 de janeiro. O texto, elaborado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, também deve deixar de fora quem cometeu crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente e contra a mulher. Integrantes de facções criminosas condenados por crimes hediondos não serão contemplados. Além disso, a medida não deve incluir funcionários públicos condenados por crimes contra a administração em geral. (UOL)
Meio em vídeo. Não é exagero algum falar em reconstrução pós-bolsonarismo. Em muitos sentidos, o primeiro ano de governo Lula agiu nesse sentido. A união é tarefa ainda mais complexa. Não há fórmula fácil e Lula vem derrapando em algumas oportunidades. É o verdadeiro desafio para 2024, afirma Flávia Tavares no Cá Entre Nós. (YouTube)
O ex-presidente Donald Trump está desqualificado para ocupar a Casa Branca novamente. Pelo menos no Colorado. A decisão da Suprema Corte do estado pode levar a uma reviravolta na corrida presidencial americana de 2024. O Supremo estadual aceitou ontem o argumento de que a 14ª Emenda desqualifica o republicano por insurreição contra a Constituição ao incitar manifestantes para os atos que levaram à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 — o maior ataque à democracia americana na história recente. Os magistrados reverteram a decisão de um juiz distrital de Denver que considerou que a emenda não se aplicava à presidência. “Estamos conscientes da magnitude e do peso das questões que agora temos diante de nós. Estamos igualmente conscientes do nosso dever solene de aplicar a lei, sem medo ou favorecimento, e sem sermos influenciados pela reação pública às decisões que a lei exige que tomemos”, escreveram. Por enquanto, a medida é válida apenas no Colorado e impede que Trump concorra às primárias republicanas no estado, que pode ser decisivo na eleição. Ele já anunciou que vai recorrer à Suprema Corte americana, que tem maioria conservadora. A decisão do Colorado, que está mantida ao menos até 4 de janeiro, é a primeira a avançar contra Trump em meio a várias apresentadas em outros estados com teor semelhante. (New York Times)
Confira o que diz a cláusula sobre insurreição. (BBC Brasil)
O pacificador
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