Araújos
11 pessoas de Nova Serrana possivelmente receberam doses trocadas da vacina contra covid-19
Em Nova Serrana, segundo informado em boletim epidemiológico, desde o início da vacinação contra Covid-19, 8.461 doses foram ministradas em Populares do município, contudo destas pelo menos 22 doses podem ter sido perdidas, não por vencimento ou validade, mas sim porque foram ministradas erroneamente em cidadãos do município.
Segundo levantamento realizado junto as fichas registradas no Ministério da Saúde, 11 pessoas de Nova Serrana podem ter recebido a primeira e segunda dose da vacina contra Covid-19 de laboratórios diferentes. Ou seja, no município cidadãos imunizados não estão devidamente protegidos, por terem recebido as duas doses da vacina, de laboratórios distintos, sendo eles, Covishield (AstraZeneca/Fiocruz) e Coronavac (Sinovac/Butantan).
De acordo com o dados entre as quatro maiores cidades do Centro-Oeste Mineiro, Nova Serrana foi o município onde foram registrados o maior número de populares vacinados com doses de laboratórios distintos, com 11 cidadãos. Pará de Minas foi a segunda cidade com 10 populares que receberam as doses erroneamente, seguida por Divinópolis com seis pessoas, e Itaúna com duas pessoas.
Bom Despacho também aparece no levamento com nove pessoas que receberam as doses erradas, Lagoa da Prata também teve registrados nove populares na mesma situação.
Na região, mais próximas de Nova Serrana também houveram registros nas cidades de São Gonçalo do Pará (02), Araújos (04) e Igaratinga (01).
Estado
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Tempo, cerca de 2555 pessoas alcançadas pela campanha de vacinação contra a Covid-19 em Minas Gerais podem ter recebido, de forma equivocada, doses de fabricantes diferentes do imunizante entre a primeira e a segunda aplicação.
É importante destacar que cidadãos nesta situação não estão devidamente protegidos do novo coronavírus, e as injeções complementares utilizadas nestes casos foram desperdiçadas.
Os dados divulgados pelo jornal O Tempo, apontam que metade dos registros são de pessoas nas faixas etárias acima dos 70 anos.
Ao todo em Minas Gerais, o possível desperdício de doses foi registrado em 423 municípios mineiros, tendo as cidades de Belo Horizonte e Lavras 200 vacinados de forma equivocada em cada uma das cidades, seguidos por Governador Valadares (68), Santa Luzia (46), Uberaba (44) e Varginha (43).
De acordo com o protocolo do Plano Nacional de Imunização, o cidadão deve receber o fármaco disponível no momento da convocação por grupo de prioridade, independentemente do fabricante e sem a opção de escolha. Mas a segunda aplicação precisa, obrigatoriamente, ser a mesma, pois as vacinas são fabricadas com tecnologias distintas.
Respostas
Em nota, encaminhada a reportagem do Jornal O Tempo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que, até a última sexta-feira (23), havia recebido das prefeituras mineiras as notificações formais de apenas 68 ocorrências de pessoas vacinadas com duas doses diferentes.
A secretaria afirmou que, em tese, a falta de notificações não deveria comprometer a oferta de imunizantes para as pessoas que necessitem refazer a aplicação com a dose correta, pois o Ministério da Saúde levaria esses casos em conta ao distribuir as novas remessas para os Estados. A pasta federal, no entanto, informou ter recebido apenas 481 notificações referentes a todo o Brasil até a semana passada (leia mais abaixo).
“Em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina de um fabricante e, com menos de 14 dias, venha receber a segunda dose de outro produtor, a segunda dose deverá ser desconsiderada, e deverá ser reagendada outra aplicação, conforme o intervalo indicado da primeira vacina recebida”, diz o comunicado da SES-MG, sem mais detalhes sobre os casos que não se encaixem na descrição.
Brasil
Segundo a Folha de S.Paulo, pelo menos 16,5 mil brasileiros de todos os Estados haviam recebido as doses trocadas até o último dia 8 de abril. “Quem tomou uma dose de um fabricante e outra dose de outro não tomou nenhuma dose completa da vacina”, disse ao jornal a imunologista Cristina Bonorino, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e integrante dos comitês científico e clínico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
Em nota à Folha, o Ministério da Saúde informou que havia sido notificado sobre apenas 481 dessas ocorrências pelas prefeituras. “A pasta esclarece que cabe aos Estados e Municípios o acompanhamento e monitoramento de possíveis eventos adversos a essas pessoas por, no mínimo, 30 dias”, diz o texto. O Ministério não se pronunciou sobre a grande diferença em relação aos dados encontrados pela reportagem nos registros da própria pasta.
“Tão sério quanto essa falta de coordenação é o fato de não haver orientação por parte do programa em como proceder quando essas situações ocorrem”, declarou à Folha a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin.
As fichas são preenchidas pelos profissionais de saúde das prefeituras no sistema de informação oficial do Ministério. O Plano Nacional de Imunização determina que todos os trabalhadores que tiverem conhecimento sobre erros nas aplicações devem notificar as falhas às autoridades de saúde.
Segundo a Folha, as trocas de vacinas aconteceram em praticamente todo o país, com exceção do Acre e do Rio Grande do Norte. Havia registros de inversão de fabricantes em 1.645 cidades brasileiras, isto é, quase um terço do total de municípios do país.
Entre as capitais, a cidade do Rio de Janeiro liderava as trocas de doses, com 1.136 ocorrências. Depois do Rio, as capitais com mais falhas eram Goiânia (667) e Brasília (520).
Fonte: Com informações de Folhapres/O Tempo – Foto: Reprodução O Tempo