Segundo análise do Covitel – Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, realizado pela Vital Strategies, organização global de saúde, e pela Universidade Federal de Pelotas, os diagnósticos de depressão na população adulta brasileira cresceram 41% nos dois primeiros anos de pandemia de Coronavírus. Foram analisados dados de antes da Covid-19 e do primeiro trimestre deste ano. Além disso, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, o total de mortes no país por lesões autoprovocadas foi de cerca de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos, sem considerar a subnotificação. O último número equivale a mais de um óbito por hora.
Diante destes números, é possível afirmar que os profissionais da saúde possuem um importante papel no combate ao suicídio, não somente alertando e instruindo a população, e realizando e apoiando campanhas, mas atuando no dia a dia de forma humanizada, colocando os pacientes em primeiro lugar. Independentemente da especialidade, estes podem fazer toda a diferença ao atenderem as pessoas de forma amigável, levando em consideração que alguns problemas de saúde podem causar por exemplo, a depressão, resultando em suicídio, e que obstáculos que envolvem o lado psicológico, também podem gerar grandes desafios físicos.
A forma de ouvir, conversar e direcionar as pessoas impacta diretamente na maneira como estas se sentem acolhidas, e é importante ressaltar que é mais fácil que um paciente ouça um profissional da saúde, se este passar confiança e se mostrar como um parceiro. Além disso, especialistas precisam sempre ter em mente que todos possuem sentimentos e que cada um reage diferente em relação a uma determinada situação. Assim, é preciso conhecer cada paciente e fazer um atendimento personalizado e sem julgamentos.
A melhor forma de profissionais seguirem este caminho é mantendo o olhar humano, além de estudarem e trocarem ideias com outros atuantes do segmento, a fim de conhecerem novos casos e aprimorarem a forma como atendem. O tema é atual e deve continuar ganhando força, e por isso, especialistas precisam mergulhar de cabeça no assunto para que possam ajudar aqueles que estão passando por problemas difíceis e que podem tomar decisões drásticas.
Assim, posso concluir que mais do que nunca, os diversos especialistas precisam estar unidos, sejam estes psiquiatras, enfermeiros, neurologistas, entre outros. Se todos apoiarem o Setembro Amarelo e ações de valorização à vida durante todo o ano, e mais do que isso, fizerem a diferença por meio dos atos do dia a dia, mais fácil será a transformação do cenário. Parceria e confiança são as palavras-chave para atendimentos mais humanizados.
André Brandão é Fundador e CEO da Medictalks, plataforma digital de acesso gratuito com conteúdos feitos por médicos, para médicos, onde profissionais de todo o país compartilham experiências reais de vida e conhecimento científico relevante e atualizado. Por meio de videoaulas, cursos, artigos, webinars e podcasts, a healthtech cumpre a missão de democratizar o acesso ao conhecimento médico-científico confiável, atualizado e independente, contribuindo com melhores desfechos clínicos para pacientes em todo o Brasil